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Bioinformática - Estruturas
sem segredos |
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Dados e parâmetros
Atualmente, grande parte das pesquisas em biologia molecular
envolve a estrutura das proteínas porque os pesquisadores
buscam conhecer suas funções e como elas podem ser modificadas.
A versão mais recente do conjunto de softwares funciona,
simultaneamente, como interface para a visualização
de todas as informações demonstradas pelo sistema e
como banco de dados das características das estruturas
das proteínas.
"O NBI é o único laboratório em âmbito mundial a oferecer
produtos desse tipo. São 125 diferentes parâmetros que
descrevem cada aminoácido dentro de uma estrutura protéica",
diz o pesquisador.O trabalho de pesquisa no NBI recebeu
mais de R$ 2,8 milhões em investimentos, incluindo a
participação da FAPESP, da Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). As pesquisas no laboratório
de Campinas envolvem estruturas protéicas de animais
e de vegetais e representam um potencial de mercado
mundial estimado por uma consultoria norte-americana
em US$ 3 milhões.
"Não comercializamos o software porque ele se insere
na troca de informações entre pesquisadores de entidades
públicas internacionais. O software é público porque
os dados utilizados também são públicos", esclarece.
Desde 1998, já foram feitos mais de 12 milhões de acessos
mundiais aos aplicativos do Gold Sting e das suas versões
anteriores. As empresas do setor farmacêutico também
utilizam o produto, mas apenas para treinamento e avaliação
de potencialidades do próprio software e do banco de
dados.
"Embora tenham grande interesse nas pesquisas, as empresas
não as fazem por vias públicas, para não correrem o
risco de ter seus estudos privados conhecidos publicamente.
Por isso, a melhor opção para elas seria a aquisição
do software para trabalhar em seus próprios computadores,
fora da rede pública", conclui.
Novas versões
Com equipamentos de última geração, os dados colhidos
pelo NBI são processados, calculados e armazenados,
antes de serem disponibilizados. Para isso, o núcleo
conta com seis pesquisadores permanentes em um grupo
multidisciplinar formado por um matemático, dois engenheiros
elétricos com especialização em software, uma física
especializada em cristalografia de proteínas, um bioinformata
e um biofísico. Eles têm como perspectiva novas atualizações
do software em 2005, com o lançamento da versão Diamond
Sting, e em 2006, com a Star Sting. Nesse ponto, o NBI
deverá finalizar a criação de interfaces de softwares,
voltando-se para o gerenciamento de informações, análises
e agrupamento de dados.
Ainda que comparativamente menores em relação às dos
grandes centros mundiais de bioinformática, as pesquisas
brasileiras nessa área têm crescido de forma considerável,
tanto que o país foi escolhido para sediar, em 2006,
a 14ª Conferência Internacional de Sistemas Inteligentes
em Biologia Molecular, organizada pela International
Society for Computational Biology e que pela primeira
vez sairá do eixo Europa-Estados Unidos.
Goran aposta no impacto que a discussão com pesquisadores
internacionais trará às pesquisas brasileiras (mais
informações no site: http://www.iscb.org/ismb_2006 ). Para
isso, está sendo articulada a criação da Sociedade Brasileira
de Bioinformática e Biologia Computacional para congregar
os pesquisadores em nível nacional. A intenção também
é fortalecer o Gold Sting até 2006, possibilitando que
o produto seja cada vez mais utilizado.
O Projeto
Criação de um centro para a pesquisa e oferta de
serviços em bioinformática (CB)
Modalidade
Linha Regular de Auxílio à Pesquisa
Coordenador
Goran Neshich - Embrapa Informática
Investimento
R$ 185.731,72 e US$ 285.741,10 (Projeto FAPESP), R$
488.669,03 (CNPq), R$ 762.884,16 (Finep)
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